Site Meter Ame Design - amenidades do Design . blog: arte popular
Mostrando postagens com marcador arte popular. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador arte popular. Mostrar todas as postagens

22.3.16

Inspirado na arte islâmica



Você provavelmente já deve ter visto este video "por aí" mas resolvi trazê-lo para uma postagem simplesmente para debatermos o quanto as palavras podem modificar as percepções :)

Vamos começar pela tradução da descrição do video: "Inspirado pela arte islâmica, pesquisadores da Universidade McGill do Canadá desenvolveram uma nova espécie de "metamaterial" extensível que quando puxado em uma direção, se expande também em uma direção lateral. Em outras palavras, quando esticado, o material torna-se mais amplo, ao invés de apenas mais fino"



Assistindo ao filme acima vocês concordam com a "idéia" de "metamaterial"? Pois é, também existe sensacionalismo com recorte e padrões... incrível, não? Por isso, precisamos de muito pensamento crítico para tudo que lemos e vemos, ok?

O que vemos aqui é basicamente um padrão, muito bem feito, inspirado na arte islâmica com recorte também em padrão de repetição possibilitando ao material (que poderia ser E.V.A. ou um polímero) este "desdobramento". Poderia ser feito em papel também, por exemplo, mas é claro que a resistência do papel é menor podendo se rasgar facilmente. As aplicações podem ser várias, isso é claro, e aí está a potência da idéia :)

11.9.15

Rota das cores de Anna Anjos







Rota das Cores é um projeto pessoal da ilustradora Anna Anjos, que ela iniciou neste mês de setembro de 2015, para celebrar a expressão pessoas, lugares, produções e costumes dos locais por onde ela está viajando e os quais ela "traduz" em linha e cor ilustrados no seu sketchbook. Uma delícia de acompanhar, nos sentimos viajando junto com ela :) As referências visuais que surgem destes registros são sensacionais. Nas palavras da própria Anna:

"Desde que me conheço por gente, eu desenho. Amo o que faço. Fato é que nunca gostei de brincar de boneca. Na infância, uma das únicas coisas capazes de me fazer sorrir de orelha a orelha era ganhar um novo estojo de lápis ou hidrocor (e olha, ainda faz, rs).

O que talvez pouca gente saiba é que, durante a faculdade, a paixão por desenhar dividiu terreno com a antropologia. Foi então que descobri que sou fascinada pela produção e história humanas. Durante algum tempo pesquisei sobre as expressões artísticas e culturais humanas em artigos para o Obvious; aproximar-me da produção cultural dos povos me instigou a querer conhecê-la mais de perto." Anna Anjos

Eu, pessoalmente, me lembrei que sempre trago  papeizinhos, moedas e outras lembranças de viagens (assim como a Anna os coloca junto a seus desenhos) mas admito que precisaria modificar o tempo das viagens para dar conta de parar para desenhar. Geralmente uso a fotografia como forma de lembrar e inspirar meu olhar durante viagens, mas não descarto a possibilidade de colocar um sketchbook na bagagem da próxima partida :)













 Viajar realmente é uma linda possibilidade de ver o mundo com outros olhos e exercitar nossos pontos de vista! Mas acho que vou buscar começar com exercícios no dia-a-dia como a Karina Kuschnir o faz e nos mostra em seu blog. Fica aqui um lembrete para mim mesma e uma dica para vocês! Podemos "viajar" mais na viagem :)

Ahh... tem um processo criativo de toy art feito pela Anna Anjos clicando aqui.

7.5.15

Um parque de Piões coloridos







"Los trompos", ou seja, piões é uma instalação interativa que está no Museu de Arte de Atlanta e consiste em 33 piões feito com malha coloridas. O conceito por trás está diretamente ligado aos brinquedos e expressões tradicionais do México, buscando referenciar as tradições e habilidades dos artesãos mexicanos e da cultura do país, incluindo os tecelões. Esta instalação ficará no High Museum of Art, até 29 de Novembro de 2015.

Deve ser uma delícia interagir e brincar com estes piões gigantes cheios de cor! A instalação dos piões tem um belo tumblr da instalação que vocês podem ver clicando aqui.






Esta instalação me lembrou aquela lindíssima feita em crochê por Toshiko. Aliás, tem outras postagens com piões aqui pelo ameDesign :) 

10.4.15

Arte popular de Páscoa Ucraniana







A páscoa já passou, mas não resisti em trazer esta bela arte popular ucraniana :) O Pysanka é a arte ucraniana de decorar ovos, usando tinta e cera. Um pysanka é um ovo da páscoa ucraniano, decorado com desenhos populares ucranianos tradicionais, usando um método de desenho com cera (batik) que podemos conferir no video abaixo.






A palavra vem do verbo "pysanka pysaty" que significa "escrever", pois os desenhos não são pintados mas "escritos" com cera de abelha.




Os desenhos Pysanka destes conjuntos aqui mostrados foram desenhados por Erast Binyashevsky, e publicados em 1968 em um pequeno livro de pequena edição. Belos desenhos folclóricos que merecem que o mundo os conheça melhor, além de serem boas formas de inspiração para quem trabalha com design de superfície :) Aproveitem!



















Daqui

23.1.15

Mesmo referencial, projetos diferentes









Esta identidade visual modular foi criada como parte da estratégia de "Place Branding" para a cidade de Ivano-Frankivsk (IF), na Ucrânia. Foi inspirada em um forte elemento da cultura local; os bordados do vestuário tradicional.

A partir de um único símbolo toda uma comunicação visual e sinalização pôde ser criada através de padrões similares ao ponto-cruz do bordado. No meu ponto de vista, mesmo o referencial para a inspiração ter sido um elemento cultural tradicional as aplicações foram feitas de forma a transmitir extrema atualidade. Belo trabalho! Mais detalhes da identidade visual clicando aqui.









Depois de ver como uma identidade visual inspirada na arte popular ucraniana do bordado foi desenvolvida, que tal ver a mesma referência sendo usado para outros fins?

Sound weaving é um projeto da estudante de design húngara Zsanett Szirmay que transformou os padrões usados no bordado tradicional de seu país em música, transformando seus desenhos e grafismos em cartões cortados a laser de forma que sejam "lidos" como sons em uma caixa de música personalizada.







Parecem belas rendas mas todas suas partes também fazem produzem sonoridades :) Para conferir basta acessar o site do projeto clicando aqui.



via

12.1.15

Letras que Flutuam:
tipografia popular nortista







Trago hoje uma entrevista sobre um belo projeto que resgata, retrata e registra um saber popular brasileiro, pesquisado na região Norte do Brasil. Acompanhem a entrevista com as idealizadoras do projeto "Letras que Flutuam", as designers Fernanda Martins e Sâmia Batista, e não deixem de acompanhar o trabalho que está sendo feito lá no nosso estado do Pará.




Foto de Sâmia Batista

Foto de Sâmia Batista


Como surgiu o projeto? Quais as motivações pessoais que as levaram a esta pesquisa?

O projeto iniciou em 2004, assim que a designer Fernanda Martins se mudou para Belém. Por ser tipógrafa logo percebeu algo especial nos letreiros dos Barcos e começou a registrar. Era clara a referência às letras decorativas vitorianas. Depois de milhares de fotos e muita insistência da, também designer, Sâmia Batista, Fernanda resolveu explorar mais o assunto e fez uma especialização na UFPA onde tratou deste assunto mais profundamente.

Era um saber invisível, nem mesmo os paraenses percebiam o fato. Essa é a maior qualidade do projeto, trazer a tona este saber local.

Fernanda Martins durante a pesquisa.

Qual o objetivo do projeto? Quais as descobertas que a pesquisa tem revelado?

Em um primeiro momento era entender essa manifestação popular sob a ótica da tipografia e do design. Constatamos que esta manifestação ocorre desde Manaus, ao longo do Rio Amazonas. Também que há uma relação formal com a Tipografia Vitoriana mas não foi possível, naquela época, encontrar a relação real. Sabíamos de várias evidências materiais da época mas nada muito revelador.

Bem, no ano de 2013 entramos no Edital Amazônia Cultural do MinC com o objetivo de realizar um mapeamento deste ofício. Quem seria esse profissional? Como aprendeu? Ensinou outras pessoas? qual sua técnica? E mais, queríamos divulgar, ampliar este conhecimento, ensinar os jovens como uma forma de geração de renda atrelada a cultura local.

Daí surgiu este projeto, além das 40 entrevistas com mestre Abridores realizadas em agosto, que geraram um vídeo (que esteve na expo Cidade Gráfica), os objetivos eram realizar oficinas na cidades acessadas, com os mestres ensinando jovens ribeirinhos, envolvendo as escolas e o poder público, de forma a ampliar o interesse sobre o tema e talvez estimular outros jovens a se tornarem profissionais.

Em cada cidade, depois das oficinas será montada uma exposição dos trabalhos dos mestres (todos os entrevistados) e dos alunos, com o vídeo realizado, para que eles se vejam, se reconheçam e se orgulhem deste aspecto da cultura que era pouco valorizado.

O projeto passou por diversas localidades ribeirinhas descobrindo
quem são os mestres abridores que enfeitam os rios da Amazônia,
com as letras que flutuam.

Conte como tem sido o desenrolar do projeto para todos nós.

É um projeto de dificil operação, como qualquer projeto na Amazonia: distâncias, barcos, comunicação difícil, pouco interesse do poder público. Mas somos uma equipe muito envolvida e o Edital permite que seja possível realiza-la. O pior entrave é a falta de interesse do poder público pelas manifestações populares. Apenas uma prefeitura nos apoiou.

Foto de Marbo Mendonça




Porque o nome “abridores” de letras? O que estes sujeitos representam dentro de suas comunidades? Qual o valor percebido deste “fazer” para a cultura local dos envolvidos?

O ato de pintar a letra em uma superfície, seja barco ou parede é denominado "Abrir letras”. O profissional pintor, é o abridor. Localmente faz parte do universo Ribeirinho, identificando as embarcações, embelezando-as e demonstrando o cuidado que o dono tem por ela. Em um âmbito acadêmico, como expliquei, era invisível.


O projeto tem promovido workshops em comunidade ribeirinhas, certo? Conte-nos sobre os objetivos e resultados destes encontros.

As oficinas estão sendo realizadas neste momento, e muitos jovens talentosos estão se revelando. Mas acredito que o resultado mais importante é o grande interesse que as oficinas geraram e o fato de obtermos a participação da Prefeitura, e Secretaria de educação e cultura nas atividades. Seria muito bom que estes profissionais passassem a ser convidados a atuar em outros eventos, gerando renda para eles.

Também exporemos em Belém, depois de oficinas, para ampliar a visibilidade e valorizar este aspecto da cultura local. Em ultima instância, acreditamos que ele precisa ser encarado como uma referência para os designers da Amazônia.











Quem quiser ler a monografia (texto de 2007) de autoria da designer Fernanda Martins em sua especialização em Semiótica e Cultura Visual no ICA/UFPA, que deu origem ao projeto Letras que Flutuam, pode baixar clicando aqui. Abaixo matéria exibida na TV Cultura sobre o projeto, que vocês podem acompanhar pela página do facebook Letras Q Flutuam.




Admito que adoraria fazer um dos workshop de abridores de letras, e vocês?