Site Meter Ame Design - amenidades do Design . blog: tipografia
Mostrando postagens com marcador tipografia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tipografia. Mostrar todas as postagens

12.1.15

Letras que Flutuam:
tipografia popular nortista







Trago hoje uma entrevista sobre um belo projeto que resgata, retrata e registra um saber popular brasileiro, pesquisado na região Norte do Brasil. Acompanhem a entrevista com as idealizadoras do projeto "Letras que Flutuam", as designers Fernanda Martins e Sâmia Batista, e não deixem de acompanhar o trabalho que está sendo feito lá no nosso estado do Pará.




Foto de Sâmia Batista

Foto de Sâmia Batista


Como surgiu o projeto? Quais as motivações pessoais que as levaram a esta pesquisa?

O projeto iniciou em 2004, assim que a designer Fernanda Martins se mudou para Belém. Por ser tipógrafa logo percebeu algo especial nos letreiros dos Barcos e começou a registrar. Era clara a referência às letras decorativas vitorianas. Depois de milhares de fotos e muita insistência da, também designer, Sâmia Batista, Fernanda resolveu explorar mais o assunto e fez uma especialização na UFPA onde tratou deste assunto mais profundamente.

Era um saber invisível, nem mesmo os paraenses percebiam o fato. Essa é a maior qualidade do projeto, trazer a tona este saber local.

Fernanda Martins durante a pesquisa.

Qual o objetivo do projeto? Quais as descobertas que a pesquisa tem revelado?

Em um primeiro momento era entender essa manifestação popular sob a ótica da tipografia e do design. Constatamos que esta manifestação ocorre desde Manaus, ao longo do Rio Amazonas. Também que há uma relação formal com a Tipografia Vitoriana mas não foi possível, naquela época, encontrar a relação real. Sabíamos de várias evidências materiais da época mas nada muito revelador.

Bem, no ano de 2013 entramos no Edital Amazônia Cultural do MinC com o objetivo de realizar um mapeamento deste ofício. Quem seria esse profissional? Como aprendeu? Ensinou outras pessoas? qual sua técnica? E mais, queríamos divulgar, ampliar este conhecimento, ensinar os jovens como uma forma de geração de renda atrelada a cultura local.

Daí surgiu este projeto, além das 40 entrevistas com mestre Abridores realizadas em agosto, que geraram um vídeo (que esteve na expo Cidade Gráfica), os objetivos eram realizar oficinas na cidades acessadas, com os mestres ensinando jovens ribeirinhos, envolvendo as escolas e o poder público, de forma a ampliar o interesse sobre o tema e talvez estimular outros jovens a se tornarem profissionais.

Em cada cidade, depois das oficinas será montada uma exposição dos trabalhos dos mestres (todos os entrevistados) e dos alunos, com o vídeo realizado, para que eles se vejam, se reconheçam e se orgulhem deste aspecto da cultura que era pouco valorizado.

O projeto passou por diversas localidades ribeirinhas descobrindo
quem são os mestres abridores que enfeitam os rios da Amazônia,
com as letras que flutuam.

Conte como tem sido o desenrolar do projeto para todos nós.

É um projeto de dificil operação, como qualquer projeto na Amazonia: distâncias, barcos, comunicação difícil, pouco interesse do poder público. Mas somos uma equipe muito envolvida e o Edital permite que seja possível realiza-la. O pior entrave é a falta de interesse do poder público pelas manifestações populares. Apenas uma prefeitura nos apoiou.

Foto de Marbo Mendonça




Porque o nome “abridores” de letras? O que estes sujeitos representam dentro de suas comunidades? Qual o valor percebido deste “fazer” para a cultura local dos envolvidos?

O ato de pintar a letra em uma superfície, seja barco ou parede é denominado "Abrir letras”. O profissional pintor, é o abridor. Localmente faz parte do universo Ribeirinho, identificando as embarcações, embelezando-as e demonstrando o cuidado que o dono tem por ela. Em um âmbito acadêmico, como expliquei, era invisível.


O projeto tem promovido workshops em comunidade ribeirinhas, certo? Conte-nos sobre os objetivos e resultados destes encontros.

As oficinas estão sendo realizadas neste momento, e muitos jovens talentosos estão se revelando. Mas acredito que o resultado mais importante é o grande interesse que as oficinas geraram e o fato de obtermos a participação da Prefeitura, e Secretaria de educação e cultura nas atividades. Seria muito bom que estes profissionais passassem a ser convidados a atuar em outros eventos, gerando renda para eles.

Também exporemos em Belém, depois de oficinas, para ampliar a visibilidade e valorizar este aspecto da cultura local. Em ultima instância, acreditamos que ele precisa ser encarado como uma referência para os designers da Amazônia.











Quem quiser ler a monografia (texto de 2007) de autoria da designer Fernanda Martins em sua especialização em Semiótica e Cultura Visual no ICA/UFPA, que deu origem ao projeto Letras que Flutuam, pode baixar clicando aqui. Abaixo matéria exibida na TV Cultura sobre o projeto, que vocês podem acompanhar pela página do facebook Letras Q Flutuam.




Admito que adoraria fazer um dos workshop de abridores de letras, e vocês?

10.12.14

Alfabeto modular para livre montagem







O conceito básico deste projeto foi criar um sistema modular artesanal para personalizar murais tipográficos. Antônio Rodrigues, designer londrino, já tinha feito um alfabeto modular anterior e, tanto no projeto anterior quanto neste, todas as letras e números são formados por 6 (seis) formas básicas.




Mas neste projeto, o designer usou o papelão recortado trazendo ainda o caráter tátil e interativo para a montagem do alfabeto. Praticamente uma brincadeira :)



Mais de 200 módulos foram cortados e cada teve um conjunto diferente de padrões desenhado à mão.







Muito boa a idéia e execução do designer Antônio Rodrigues! Com sua proposta a criação posterior é livre…





Uma super dica do Marco Moreira em seu inspirador Magel Studio

8.11.14

Tipos feitos na mão













Sempre tem uma forma divertida de se fazer tipos :) Tien-Min Liao fez um experimento com tipografia pintando as mãos e, desta forma, estuda e explora as relações entre letras maiúsculas e minúsculas, registrando a transformação entre elas.

As formas desenhadas com tinta sobre uma ou ambas as mãos, manipuladas em gestos formam a letra em maiúscula. Em seguida, usando a mesma forma/desenho nas mãos, o designer manipulou o gesto ou mudou a perspectiva através da qual a forma é vista e nos faz perceber a forma da minúscula da respectiva letra.

Ele também criou algumas letras em itálico, letras-escrita a mão e alguns novos tipos de letras com as mesmas formas. Excelente forma de "brincar" e aprender como os tipos são construidos!







via

10.9.14

Autoconfiança em lettering, flores e fotografia















Irresistível o projeto desta matéria sobre Autoconfiança para a revista Bons Fluidos. A criação do conceito foi de Fernanda Didini com lettering de Marina Chaccur recortado em papel e fotografado sobre flores! Aliás sabemos que a parte da fotografia deve ter dado bastante trabalho para chegar a este belo resultado. Confiram abaixo um pouco do making of das imagens da matéria.

Belíssimo projeto!



















O editorial Autoconfiança para a revista Bons Fluidos foi um trabalho de equipe:

Design Fernanda Didini
Direção de arte Rodolfo França
Lettering da Marina Chaccur
Fotografia Alex Silva
Produção Andrea Silva

Parabéns a toda equipe!

23.7.14

Processo Criativo da arte do album de John Mayer







Este documentário de 18 minutos acima não é novo, mas vale ter aqui em nossas postagens. O video nos leva diretamente para dentro do processo criativo de David A. Smith, um artista inglês que se especializou em artes tipográficas ornamentais de alta qualidade feitos à mão e em vidro, durante a criação da capa do álbum de John Mayer, Born & Raised. Seu trabalho é meticuloso e impressionante e este filme de Danny Cooke mostra bem o processo do artista em cada detalhe. Aproveitem!