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27.1.16

Paradoxo da Escolha e
a próxima tendência em Design


Começa o ano e logo surgem aquelas matérias prontas sobre as tendências do ano, algumas sobre design outras sobre cores. Na verdade nunca reconheci estas "tendências" como qualquer tipo de visão de futuro. Todas as tendências divulgadas geralmente são apenas a compilação do que já tem sido mais usado e buscado no últimos tempos. Logo, deveriam se chamar "retrospectiva" ou "constatação" e não "tendência" :)

Esta é uma ocasião perfeita para trazer o texto que li ano passado "The next design trend is one that eliminates all choices" ou "A próxima tendência de design é uma que elimina todas as escolhas" que traz o Paradoxo da Escolha do psicólogo Barry Schwartz que delineou a paralisia e insatisfação que sentimos quando nos são apresentadas muitas opções. O texto também traz a opinião do CEO da HUGE, Aaron Shapiro que, segundo sua experiência, não só há um número limitado de opções como não há nenhuma escolha. Para Shapiro a "escolha é supervalorizada e o próximo grande avanço em design e tecnologia será a criação de produtos, serviços e experiências que eliminam as escolhas desnecessárias de nossas vidas e as fazem em nosso nome, libertando-nos: este seria o design antecipatório."

Apesar do nome, a idéia não deve ser confundida com a ciência de design de antecipação (Comprehensive Anticipatory Design Science) de Buckminster Fuller e trata de eliminar as opções das entregas do projeto e apresenta uma opção singular: "conveniência, não escolha", "eficiência, não liberdade" são os mantras desta concepção antecipatória.

Segundo descrito no texto, idealmente, o design antecipatório poderia prevenir aquele sentimento paralisante que temos quando se apresentam muitas opções, como se vestir de manhã, sem que você precise usar um uniforme sem graça: pode selecionar automaticamente uma roupa para você com base em suas atividades do dia, extraídas de seu calendário e as condições meteorológicas. Pode até certificar-se de que sua roupa é elegante :)

Shapiro prevê uma experiência de usuário altamente adaptada com base em padrões individuais: "O design é mercado de massa, mas usando o design de antecipação, os dados podem criar experiências individuais, uma experiência de usuário para cada um", diz ele, descrevendo uma convergência de projeto e dados científicos. "Há oportunidade de se conectar todos os sistemas diferentes e usar os dados para simplificar a vida das pessoas. Eu acho que isso será muito transformador."

Mas sempre temos as questões éticas para pensar: podemos confiar em um sistema com nossos dados pessoais? Como fica a questão da privacidade? Será que as empresas (ou governos) explorariam os dados para encaminhar suas agendas? Será que a criação de um sistema totalmente automatizado não geraria em nós uma vontade em quebrar, justamente, estes padrões/rotinas?



Este assunto dá um bom debate sobre liberdades individuais mas não entremos neste papo sem antes assistir a palestra sobre o "Paradoxo da Escolha" do psicólogo Barry Schwartz que mira em um dos dogmas centrais da sociedade ocidental: a liberdade de escolha. Schwartz estima que a escolha nos tornou menos livres e mais paralisados, mais insatisfeitos em vez de mais felizes:
"...ter muitas opções de escolha produz paralisia e não sensação de liberdade. E mesmo se vencermos a etapa da paralisia e conseguirmos realizar a escolha, nós ficaremos menos satisfeitos com esta opção do que se tivéssemos tido menos opções para escolher..."

Independente do que achamos disto tudo, todos estes pensamentos já estão sendo debatidos quando falamos em Internet das Coisas, ou o Futuro do Design e Design de Serviços.

Concordando ou não, voltemos às pesquisas de tendências. Quando são divulgadas estas tendências muitos criativos se valem destas informações para basear suas criações. Ora, o que esses infográficos fazem é exatamente diminuir suas escolhas e mostrar o que já tem sido feito, não acham?  Neste caso muitos criativos que se inspiram nestas tendências entram no efeito manada. Acho pouco criativo se espelhar nestas tendências, mas ao mesmo tempo acho importante minimizarmos nossas escolhas, em alguns casos, e evitar a paralisia.

Equilíbrio e, principalmente, saber a hora de minimizar nossas escolhas é o segredo do sucesso :) tanto para os momentos de criação ( como eu já trouxe aqui) quanto para diminuirmos nossas expectativas e sermos mais felizes com nossas escolhas diárias. Para pensar e repensar!


Um comentário:

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