Site Meter Ame Design - amenidades do Design . blog: Identidade Visual da 10a Bienal Brasileira de Design Gráfico

2.4.14

Identidade Visual da
10a Bienal Brasileira de Design Gráfico







Recentemente o designer Johnny Brito publicou a foto acima e nos chamou atenção para o que estava por trás da mapa colorido da marca da 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico, organizada pela ADG Brasil - Associação dos Designers Gráficos e realizada em junho de 2013 :)  Pois em 2014 a marca ganhou uma repercussão a mais e gerou bastante curiosidade em torno de sua construção.

Se você olhar para o ícone da Bienal Brasileira de Design Gráfico, em um primeiro instante, identificará algumas cores formando uma meia lua, que em alguns momentos da aplicação lembra algum tipo de mapa fictício. Mas a parte mais interessante é quando ocorre a descoberta da "deformação" proposital do mapa do território brasileiro, criada pelo escritório de design ps2 de São Paulo. Ao se colocar um objeto cilíndrico no centro da marca, e que reflita a imagem, revela-se um mapa do Brasil colorido. Acima podemos ver a revelação e abaixo o esquema do processo criativo.

A identidade visual foi criada pelo escritório PS2 Arquitetura e Design, que usou uma técnica de anamorfose do século XIX; quando alguns artistas mostravam telas ou ambientes inteiros com riquezas de detalhes em esferas de aço.





Aproveitamos a oportunidade e entrevistamos o designer Fábio Prata, responsável pela criação da marca, perguntando o que a galera estava curiosa para saber lá pelo facebook :)

Seria possível você descrever um pouco do processo criativo e falar sobre o pensamento que levou a solução da marca para a 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico?

Fábio Prata - O desafio de criar a identidade visual para a bienal brasileira de design gráfico é o de escolher um projeto gráfico que represente toda a diversidade da nossa produção nacional. Você acaba se colocando aquela questão: o que é o design gráfico brasileiro, o que o define, qual sua essência? Mas logo percebemos que esse não era o caminho. A solução acabou sendo pensar o que pode ser o design gráfico brasileiro e o que há por descobrir.

Os mapas são uma das primeiras manifestações do homem a utilizar um registro gráfico, pictórico, no sentido de melhorar seu entendimento sobre a realidade que o cerca. Mais do que limites e fronteiras, os mapas representam a jornada da descoberta, a busca e a exploração de novos territórios, materiais e intelectuais.

Na bienal foram utilizados fragmentos de diversos tipos de mapas como temperatura, ventos, solos e distribuição de renda, entre outros. Eles ilustram a diversidade socio-econômica do país e, sobretuto, a variedade e riqueza da produção gráfica nacional, sem que seja necessário explica-la ou reduzi-la.

A marca da 10ª Bienal é a representação anamórfica do mapa do Brasil. Ela pretende trazer um novo olhar sobre esse pais-continente, apresentá-lo sob nova perspectiva, estimular a sua redescoberta.





O designer Johnny Brito perguntou: Só por curiosidade: por que a escolha do mapa climático?

Fábio Prata - Foi o mapa que resultou na deformação anamórfica mais interessante, devido as suas características formais – grandes áreas de cor e pouco nível de detalhe. Outros mapas mais complexos tiveram um resultado menos interessante.



Douglas Cavendish perguntou: Fábio, primeiramente, parabéns pelo projeto, que ficou fantástico. Mas como vocês fizeram pra trabalhar a anamorfose neste projeto? Usaram algum tipo de software? Existe algum cálculo de superfície e área? Pode nos dar este tipo de detalhes?

Fábio Prata — Tecnicamente isso é muito simples de se fazer, o photoshop tem um filtro que reproduz este efeito.











Para conferir o projeto completo, assista ao vídeo de apresentação abaixo…



…e a aplicação da marca no catálogo da Bienal, que foi impresso com a ajuda da galera por financiamento coletivo.























Excelente o projeto, a idéia e a aplicação, não acham? Parabéns a todos os envolvidos! Ainda dá para comprar a versão impressa do catálogo ou a versão digital :)


Quer ver outros exemplos de aplicação de anamorfose? Pois então você vai gostar de conhecer o trabalho de escultura de Jonty Hurwitz  e  várias pinturas/desenhos anamórficos clicando aqui .

Existe também uma obra exposta na Estação República do Metrô Em São Paulo que consiste em uma imagem não identificada no teto, mas que fica visível quando se olha para o tubo metálico ao centro dela (revela-se o rosto de um homem). Clique aqui para ver.

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