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15.9.09

Bate papo com Ligia Fascioni


Trago hoje um entrevista diferente para o Amenidades do Design. Uma engenheira com muita intimidade com a nossa área criativa, pois é gestora em design. Além de contar um pouco como foi o seu caminho até o design, a Ligia Fascioni nos traz uma perspectiva diferente do nosso trabalho, um visão de fora, e porque não dizer a visão do contratante... Com opiniões sempre muito interessantes e enriquecedoras, com base no que ela tem acompanhado no mercado de trabalho. Tenho certeza de que vocês vão gostar!!



Quando e como surgiu seu interesse pelo design gráfico?
Ligia Fascioni... Sou engenheira eletricista e trabalhei com robótica por 12 anos, feliz da vida, até o dia em que resolvi fazer uma pós-graduação em marketing e me apaixonei pelo assunto. Comecei a fazer cursos na área e acabei me matriculando em uma outra pós, dessa vez em comunicação e propaganda. Foi numa aula de percepção visual que ouvi, pela primeira vez numa sala de aula, a palavra mágica “design”. Foi amor à primeira vista e, depois desse primeiro contato resolvi que teria como missão compartilhar tudo o que eu aprendesse com meus colegas engenheiros para que eles pudessem ter a real dimensão do poder dessa ferramenta.
Depois de virar freguesa de carteirinha de livrarias reais e virtuais e estudar até me tornar “a chata do design” entre os meus amigos, fui aceita no programa de doutorado em Gestão do Design na UFSC (eu já tinha mestrado em Automação e Controle Industrial). Ao me aprofundar no tema, descobri a importância da gestão da identidade corporativa e desenvolvi um método que já foi aplicado em 24 empresas de todos os portes (espero que nesse ano o número ainda cresça bastante).

Como se pode ver, o design simplesmente revolucionou a minha vida profissional (e olha que eu adorava a engenharia). Além de dar aulas em cursos de graduação e pós-graduação em marketing e design, sou palestrante e consultora de empresas. Meu trabalho é basicamente convencer os empresários a dar mais importância aos designers, já que o meu método recomenda a contratação de profissionais especializados em algumas etapas. Para mim é mais fácil falar com esse povo da tecnologia do que para os designers, uma vez que falo a língua dos engenheiros e empresários – entendo perfeitamente como pensam pessoas extremamente racionais e cartesianas que não fazem idéia do que seja design (não faz muito tempo eu também era assim).

É importante ressaltar que não sou designer, não faço projetos, marcas, produtos ou o que seja. Isso acontece não só porque não tenho formação para isso (quem dá o título de designer é o curso de graduação; eu sou engenheira eletricista), mas também porque está fora do meu foco, que é a gestão do design.




Quais nomes do Design que você admira?
Ligia Fascioni... Sou uma apaixonada pelo assunto, então devoro tudo o que encontro a respeito. No Brasil, adoro o trabalho e o posicionamento da Tátil Design, da Ana Couto Design, da GAD Design, entre outros. Gosto dos profissionais que aparecem nas revistas e também dos desconhecidos (inclusive estudantes) cujo trabalho acabo tendo acesso por blogs ou links. Tem muita gente boa por aí, é muito bacana acompanhar. Sempre que tenho oportunidade, posto os trabalhos mais sensacionais no meu blog e divulgo como posso.

No exterior, há projetos interessantíssimos de designers japoneses (é engraçado que acabo lembrando dos projetos, mas não dos nomes), adoro o Karim Rashid e tenho o espremedor de limão do Philippe Stark (funciona e muito bem, viu minha gente?) além dos objetos da Alessi. Também sou adoradora dos clássicos (minhas cadeiras são Panton S e estou sonhando há tempos com uma poltrona Swan). Uma lindona Herman Miller para trabalhar também está na minha lista de desejos, e já faz uns 7 anos que trabalho só com Apple (cheguei a usar um Macintosh em 1993 na minha encarnação como engenheira e foi paixão à primeira teclada).

Já na área de gestão do design, meu objeto de pesquisa é identidade corporativa. Então admiro muito o Joan Costa, o Paul Capriotti, o Jesús Izeta (já falecido), o Norberto Chaves, o Raúl Bellucia e mais várias outras autoridades com muita experiência e conteúdo sobre o assunto. Na questão da gestão do design propriamente dita, tenho uma referência que não é da área: Tom Peters, o primeiro guru da administração que levou o design para o mundo dos negócios de maneira incisiva e insistente.




Você é escritora e colunista em sites sobre design, além dar
palestras pelo Brasil. Como tudo isso surgiu?

Ligia Fascioni... As palestras começaram a convite do coordenador do curso de pós-graduação em marketing, o legendário Antunes Severo. Comecei dando palestras para turmas de pós-graduação; com o tempo, as pessoas foram gostando e as oportunidades se ampliaram. Numa dessas palestras, em 2003, no Clube de Propaganda e Marketing de Santa Catarina, o editor do site Acontecendo Aqui me convidou para escrever sobre design. Então, aconteceu o mesmo fenômeno das palestras: as pessoas gostaram e foram surgindo outras oportunidades.




Qual o papel da web na sua vida? Como essa mídia moderna interfere
ou interage com o seu trabalho?

Ligia Fascioni... Olha, eu não sei mais como viveria sem a web, esse recurso me proporcionou uma visibilidade, uma possibilidade de compartilhamento de informações, uma rede de contatos e um acesso ao conhecimento que eu não saberia como obter de outra maneira. Passo praticamente o dia todo na frente do computador e meus projetos estão se expandindo cada vez mais. Além do meu site www.ligiafascioni.com.br que é um repositório de informações sobre meu trabalho, ainda compartilho o www.duasmotos.com com o meu marido e tenho mais dois sites que já estão quase prontos (projetos que cresceram demais e não couberam mais nos endereços atuais; em breve vocês saberão novidades). Para cada um desses sites também tem um blog associado, foram os outros com os quais colaboro com um ou outro post. Aí, já viu a trabalheira, né?



Qual conselho você daria ao designer que está entrando no mercado de
trabalho agora?

Ligia Fascioni... Uma coisa que me preocupa bastante é a falta de cultura geral. Design é uma área eminentemente multidisciplinar, então, o bom profissional precisa conhecer um pouco de tudo para fazer um bom trabalho: economia, política, história, sociologia, filosofia, cinema, fotografia, biologia, teatro, química, literatura, artes, tecnologia e tudo o que acontece no mundo. É do caldo dessa cultura que a criatividade e as idéias inusitadas vão nascer. Idéias geniais nada mais são do que uma recombinação inusitada do que já existe. Assim quanto mais matéria prima você tiver para recombinar, mais possibilidades e soluções vai conseguir gerar. Vejo muita gente que reclama de tudo mas não é capaz de ler um jornal que seja, não consegue citar o nome de uma revista ou livro, mesmo que de design. Ler, ver, ouvir, sentir e comer, enfim, experimentar e ter sede de conhecer é importantíssimo para um designer, além de fazer com que qualquer pessoa fique muito mais interessante. Como sujeito quer ser um bom designer se não é curioso?
Sobre atitude profissional, de uma maneira geral, sugeriria a leitura de três colunas onde escrevo o que penso a respeito disso: Designers e micreiros, Currículo vazio e Fiel profissional. Ah, e em setembro está saindo o meu próximo livro Atitude Profissional: dicas para quem está começando pela editora Ciência Moderna. Não percam!

3 comentários:

  1. Anônimo27.9.11

    olá querida ligia.fico facinada quando vejo uma mulher tão nova como voçe,com tanto conhecimento.parabems!...amei tudo que vi a seu respeito...zida.

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  2. Anônimo12.10.11

    Ligia, você tem um rosto cinematográfico!

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